Choveu em dezenas de Municípios do Estado no fim de semana. As chuvas se concentraram no Vale do Jaguaribe e Região Metropolitana. Em Quixeré, no Vale do Jaguaribe, choveu 117,8 milímetros de sábado para domingo. Foi o maior registro deste mês pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Em Limoeiro, onde choveu 73mm, o acesso a algumas comunidades ficou interditado com o aumento do nível dos rios Jaguaribe e Banabuiú. Pontes do tipo passagem molhada também ficaram intransitáveis. O Açude Castanhão acumula 82,17% de sua capacidade, está na cota 102,9 metros acima do nível do mar, quase dois metros acima da cota 101m atingida na estação chuvosa, quando foram abertas as comportas.
Nas bacias do Acaraú e Baixo Jaguaribe choveu 993% e 575% acima da média histórica, respectivamente. Tabuleiro do Norte tem o maior acumulado do mês em todo o Estado para um Município: 192mm. As chuvas deste período são causadas por um fenômeno conhecido como "Ondas de Leste".
Rios sobem e barracas ficaram alagadas no fim de semana no Município de Limoeiro do Norte. (Foto: Melquíades Júnior)
A Funceme já previa chuvas para além do mês de maio, mas as precipitações ocorridas em meados da segunda quinzena de julho não eram esperadas. Entre sexta e sábado choveu em 34 Municípios, concentradas em Fortaleza e Região Metropolitana. E de sábado até as 7 horas de domingo choveu em 38 cidades, predominando na região jaguaribana. A previsão da Funceme para os meses de junho, julho e agosto é para chuvas principalmente na faixa litorânea e regiões do médio-Baixo Jaguaribe, e deverão ficar em torno da média histórica. Mas, conforme o órgão, devido a atual dinâmica da atmosfera deverá ocorrer chuvas também nas outras regiões do Estado, mas com menos intensidade.
De acordo com o boletim meteorológico da Funceme, o setor sul do Atlântico Tropical ainda está mais quente que o setor norte. "Isso favorece a formação de aglomerados convectivos que se propagam sobre o oceano Atlântico, desde a costa da África, em direção ao continente (fenômeno conhecido como Ondas de Leste), causando chuvas mais abundantes, principalmente no leste do Nordeste (zona da mata) nesta época do ano. Esse fenômeno é também o responsável pelas chuvas previstas para junho, julho e agosto, no Litoral Leste do Estado e regiões do médio-baixo Jaguaribe", explica a Funceme.
Média histórica
A média histórica mensal da precipitação na região jaguaribana é de 24,4 milímetros. Mas diante das fortes chuvas caídas em alguns Municípios da região essa média já foi superada. Na bacia da Região Metropolitana de Fortaleza o desvio observado foi de 134% acima da média histórica para este período.
A consequência das últimas precipitações não são diferentes do já conferido no início do ano: alagamentos nas regiões ribeirinhas e dificuldade de acesso às comunidades mais baixas. A elevação do nível dos rios Jaguaribe e Banabuiú já renova os transtornos em Tabuleiro, Limoeiro do Norte e Quixeré. Em Limoeiro, a passagem molhada que liga as comunidades de Ilha de Santa Terezinha e Espinho voltou a ficar intransitável.
A ponte só estava funcionando parcialmente, no entanto, agora até mesmo uma ponte improvisada com madeira (para passagem de motos e pedestres) ficou inutilizada. "As ruas voltaram a ser rio", diz Maria Saldanha sobre um conjunto de quadras alagadas no Centro de Limoeiro do Norte.
Informações: Diário do Nordeste / Reportagem: Melquíades Júnior
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